Num dia quente de agosto um jovem rapaz de seis anos de idade compareceu no quartel-sede dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém acompanhado da sua mãe. Debaixo do braço trazia um mealheiro que continha as suas economias e afirmou querer oferecê-las aos bombeiros, tudo sobre o olhar da progenitora que corroborava a vontade do petiz e o espanto de quem presenciava a cena. O jovem abriu o mealheiro e as moedas que continha foram inseridas uma a uma na caixa dos donativos num cerimonial que não podia deixar indiferentes os que assistiam.
O que motivaria aquele pequeno rapaz a prescindir de utilizar as suas economias para comprar um qualquer brinquedo, guloseima ou outra qualquer coisa que lhe desse prazer e a querer que esse dinheiro fosse entregue nos bombeiros? Não o sabemos. As suas motivações ficarão como a sua identidade, preservadas no anonimato que não quisemos quebrar. Serão certamente razões fortes que começam desde já, em tão tenra idade, a formar uma personalidade vincada e um cidadão responsável . Fica porém uma certeza para o jovem rapaz de seis anos: o seu gesto marcou profundamente dirigentes, funcionários e bombeiros desta instituição.
O valor deste gesto ultrapassa infinitamente o valor facial das moedas que o pequeno rapaz depositou na caixa dos donativos. Ele tem o valor do reconhecimento da função do bombeiro na nossa sociedade. Para todos aqueles que voluntariamente abraçam esta causa um gesto como o deste rapaz de seis anos sublima os sacrifícios, faz esquecer as agruras e é a maior recompensa que se pode esperar.
Para ele vai mais do que um agradecimento, vai um abraço forte de todos aqueles que ele decidiu homenagear com o seu gesto solidário.